segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Mundo das Trevas - Resenha (Parte 1)

Saudações meus jovens e intrépidos amigos!

Vamos começar o ano de 2015 falando um pouco sobre um jogo muito bom, meio antigo, e amplamente injustiçado a época de seu lançamento.

O Mundo das Trevas.



Lançado em Agosto de 2004, o "Novo" Mundo das Trevas possui uma proposta relativamente diferente: o Mundo em que vivemos é um lugar sombrio e misterioso, superficialmente idêntico ao nosso, porém, sinistro e  inexplicável em sua essência. As diferenças são sutis e dissimuladas, porém, perturbadoras, malignas e totalmente entranhadas no dia-a-dia.

O livro começa com um tipo de conto de horror, onde nada parece ser tão simples, e mesmo a protagonista é, de certa forma, uma vilã. Uma jornalista em busca da verdade, que encontra muito mais do que é capaz de entender. A cada esquina, a cada encontro, mais incógnitas surgem, e menos claros ficam os reais motivos dos acontecimentos. E no final, a única certeza que temos é que nada será totalmente revelado algum dia.




No Novo Mundo das Trevas, os autores da White Wolf, procuraram lapidar e refinar tudo o que eles já haviam feito anteriormente, recuperando o conceito de "Horror Pessoal", que havia se perdido ao longos dos anos no antigo Storyteller. Fato esse que havia se tornado insustentável com o passar dos anos. Aliás, agora o sistema refere-se a si mesmo como "Storytelling". Sutil, mas diferente!

Focando muito mais na investigação e resolução dos enigmas e mistérios (não que de fato, os mistérios sejam resolvidos ao final da história), dando ênfase no aspecto misterioso, indefinível e sombrio dos fatos, os personagens são confrontados invariavelmente com situações e personagens que não podem ser definidos com facilidade, nem simplesmente resolvidos na base da força bruta.



Um dos grandes méritos do novo Mundo das trevas é justamente "forçar"os jogadores a pensarem mais com a cabeça, a sentirem o mundo como se de fato fossem os personagens. Em certos momentos, um cheiro, um som, um rastro, podem ser tudo o que diferencia um serial killer "normal" de uma criatura sobrenatural.

Os próprios seres sobrenaturais não são totalmente descritos e racionalizados, deixando muito para a imaginação do Narrador e dos jogadores. Se fôssemos comparar com alguma história mais moderna, poderíamos dizer que o novo MdT está mais para Sandman e Hellblazer do que para Harry Potter ou Percy Jackson. O mal e os monstros existem, porém, nem todos podem ser combatidos e derrotados.

Pra quem curte uma história de terror mais sombria, mais profunda e menos pulp, este é o jogo/sistema certo pra se começar. É possível achar o livro básico em algumas livrarias digitais, ou mesmo físicas, por preços relativamente convidativos. E pra aqueles que já jogaram o antigo Storyteller, não caiam no erro de querer comparar os dois, pois apesar de possuírem propostas e ambientações semelhantes, eles são essencialmente diferentes.

Semana que vem, volto com a segunda parte desta resenha, onde vamos conversar sobre os personagens dos jogadores e os antagonistas que estes mesmos personagens irão enfrentar.



Obrigado pela companhia e fiquem por aqui, pois aqui, a única certeza é de que o sol sempre irá se por, e as Trevas sempre irão se levantar...