domingo, 1 de junho de 2014

Hero Quest - O ABC do RPG pra quem tem QI!!!






Quem de vocês, que já tem mais de 30 anos, nunca viu esta propaganda na capa traseira dos gibis da antiga Abril Jovem??

Hoje, vamos relembrar este grande jogo de tabuleiro, que muitos consideram a melhor introdução aos jogos de RPG já feita, apesar de não ser exatamente um RPG, porém, com muito elementos típicos de um.

E pra aqueles que ainda não conhecem, esta será uma aventura imperdível!


Aqui, as palavras de Mentor, o Narrador/Mestre/Keeper/Iniciador de todas as aventuras de Hero Quest, extraído diretamente do Livro de Buscas do jogo.






HeroQuest, também conhecido como Hero Quest, é um jogo de tabuleiro com elementos de RPG criado pela Milton Bradley em parceria com a empresa britânica Games Workshop e distribuído no Brasil pela Estrela em 1994. O jogo é baseado nos arquétipos de RPGs de fantasia e permite que o Mestre de jogo (chamado de "Morcar" na versão original, mas "Zargon" no Brasil e em outras traduções) crie calabouços de sua preferência usando o tabuleiro, mobiliário e monstros que o jogo providencia, narrando as mais diferentes estórias e aventuras, com personagens carismáticos 

Foi inclusive este jogo que me iniciou na nobre arte de jogos de narrativa, lá em 1995, apesar de eu somente ter conhecido o RPG Ad&d em 1997. Foram tempos bem legais, que eu vou lembrar sempre: das tardes de domingo, na casa dos meus amigos de infância, com pipoca e coca-cola, e sempre, o nosso eterno inimigo, Zargon, a nos desafiar!!!



HeroQuest foi criado por Stephen Baker, um funcionário da Milton Bradley. O jogo teve seu lançamento em 1989 na Europa e Austrália e ganhou uma versão brasileira em 1994, adaptada pela Estrela. Em 1992, HeroQuest ganhou o prêmio Origins Award pela "melhor apresentação gráfica de jogo de tabuleiro de 1991".

O jogo era composto por um tabuleiro e diversas miniaturas e itens. Os protagonistas eram 4 heróis ("Bárbaro", "Anão", "Elfo" e "Mago") que deveriam enfrentar um diverso grupo de monstros: Orcs, Goblins, Fimir, uma Gárgula e variados mortos-vivos, como esqueletos, zumbis e múmias.

HeroQuest contou com expansões após seu lançamento. A primeira delas foi Armadilha em Kellar's Keep (situada na terra natal do Anão), lançada na Europa em 1989. Kellar's Keep trouxe novas aventuras, novos itens e magias e outros monstros - mais Orcs, Goblins e Fimir. Pouco depois O Retorno de Witch Lord foi lançada e trouxe novos mortos-vivos ao elenco de inimigos. As duas expansões foram lançadas no mercado brasileiro, mas todas as publicações subsequentes se concentraram nos mercados europeu e americano.



Diversas expansões foram lançadas, com novidades nos cenários, mais inimigos e novas cartas de artefatos (objetos mágicos, encontrados no jogo).

Na Europa, Against the Ogre Horde foi lançada em 1990 com a inclusão dos Ogros, um tipo de monstro mais poderoso. Wizards of Morcar, em 1991, trouxe inimigos magos.
Em 1992, os Estados Unidos e o Canadá receberam duas expansões: The Frozen Horror, com temática em terras gélidas, trouxe uma versão feminina para o Bárbaro, mercenários, ursos polares, gremlins e um par de yeti, além de uma criatura com o mesmo nome da expansão. The Mage of the Mirror tinha temática élfica: além de apresentar uma versão feminina para o Elfo, trazia um arquimago élfico maléfico, elfos guerreiros e arqueiros, lobos gigantes e ogros.

Porém, estas edições nunca foram lançadas no Brasil, fazendo com que os jogadores e fãs dos jogos tivesse que se virar pra continuarem jogando. Em adição a isto, as revistas brasileiras de RPG Dragão Brasil e Só Aventuras da Editora Trama publicaram as aventuras A Cidade Escrava, O Resgate, Ataque ao Mago Dorminhoco e Caçada à Criatura, além do suplemento Novos Heróis.














3 histórias sobre HeroQuest foram publicadas: The Fellowship of the Four, The Screaming Spectre e The Tyrant's Tomb. Um jogo de computador teve seu lançamento em 1991. Uma versão do jogo para o console Nintendo Entertainment System de nome "Hero Quest" foi desenvolvida, mas nunca lançada; porém, existe uma adaptação não oficial do Hero Quest para PC, originalmente para MS DOS, depois, portada para Windows.



Personagens


Os personagens selecionáveis oferecem diferenças de jogabilidade. O Bárbaro e o Anão são mais orientados ao combate direto, enquanto o Mago e o Elfo podem lançar feitiços. A arte e miniaturas de cada personagem são padronizadas, mas os atributos de equipamentos diferem do retrato básico. Além dos quatro heróis originais, o suplemento Novos Heróis da Dragão Brasil disponibilizou mais quatro opções aos jogadores: a Fada e a Amazona, personagens voltadas ao público feminino, e o Minotauro e o Centauro, dois monstros fantásticos.

Miniaturas dos personagens feitas por fãs!

Bárbaro

A miniatura do Bárbaro o mostra como um homem alto e musculoso, munido de uma espada larga. Ele é forte em combate, se beneficiando de seu excelente ataque e moderada defesa. Porém, não possui habilidades mágicas. Dos quatro personagens iniciais, possui o maior número de pontos físicos e é capaz de suportar bastante dano. Sua arma inicial é uma espada larga. Na expansão The Frozen Horror, o Bárbaro ganhou uma contraparte feminina com os mesmos atributos, que não pode ser usada em conjunto com ele na mesma aventura.

Anão

O Anão é baixo, atarracado e bem protegido com armaduras, além de carregar um machado. Possui uma defesa muito boa, mas lhe falta a força física do Bárbaro ou habilidades mágicas. O Anão também tem a habilidade exclusiva de desativar armadilhas sem equipamento especial. Ele possui menos pontos mentais do que o Bárbaro. Sua arma inicial é uma adaga. 

Elfo

O Elfo é alto e esguio, armado com uma espada curta. Possui força física comparável à do Anão e tem o poder de lançar uma magia de cada elemento natural - ar, terra, fogo ou água. Possui menos pontos físicos do que o Anão, mas mais pontos mentais para resistir a ataques mágicos. Sua arma inicial é uma espada curta.

Mago

A miniatura do Mago mostra um homem equipado com uma longa capa e um cetro. Em combate, ele é o mais fraco em ataques, mas compensa essa debilidade com o uso de três magias de cada elemento, até um total de nove feitiços. Com pontos físicos escassos, pode ser facilmente morto em combate direto, mas é resistente a ataques mágicos graças aos seus abundantes pontos mentais. Sua arma inicial é uma adaga.

Com o tempo, surgiram adaptações não oficias, como novas aventuras e novos personagens, como os abaixo, que foram adaptados/criados pelo pessoal da revista Dragão Brasil, como o Minotauro, a Fada, a Amazona e o Centauro.

Já vi gente que fez até adaptação dos personagens do desenhos Caverna do Dragão!




















O jogo acontece sobre um tabuleiro que representa a parte interior de um calabouço ou castelo, com paredes que segmentam o tabuleiro em aposentos e corredores. Um dos jogadores assume o papel de Zargon e usa um mapa do livro de aventuras do jogo para determinar como a aventura irá se desenrolar. 

O mapa detalha o posicionamento de monstros, artefatos e portas, bem como a aventura que os outros jogadores irão vivenciar. Tais aventuras incluem escapar de um calabouço, eliminar uma criatura ou obter um artefato. Zargon primeiro define o ponto de entrada no mapa - normalmente uma escadaria em espiral que os outros jogadores devem subir, mas outras aventuras pedem que os jogadores entrem via portas externas ou comecem em outros aposentos. O mapa também especifica um monstro que pode surgir se um dos jogadores tiver azar enquanto procura tesouros na aventura.



Os outros jogadores devem escolher seu personagem entre os heróis disponíveis. Os jogadores também podem começar a aventura com artefatos adquiridos em jogos anteriores, como armas, armaduras e itens mágicos.

O jogo se inicia com a leitura da história da aventura, para definir a ambientação. Durante os turnos dos heróis, o jogador pode se mover antes ou depois das seguintes ações: atacar, lançar um feitiço, procurar armadilhas ou procurar tesouros.

Movimento

Os jogadores rolam dois ou três dados e então movimentam seus personagens pelas casas do tabuleiro de acordo com o número tirado. Os jogadores podem pular casas ocupadas por outros jogadores caso recebam permissão, mas não podem ocupar a mesma casa. Portas, monstros e outros objetos são colocados no tabuleiro de acordo com o desejo do jogador que controla Zargon. Depois de colocados no tabuleiro não podem ser removidos até serem eliminados.



Combate

O combate utiliza dados especiais com imagens de caveiras e escudos. Os jogadores que controlam os heróis e o que controla Zargon usam o mesmo dado, mas este último tem uma chance menor de conseguir a sua face específica. O número de dados utilizados é determinado pelas características básicas dos hérois ou dos monstros, seja em uma ação de ataque ou defesa. O dado tem três faces de caveira, duas faces de escudo de herói e uma face de escudo de Zargon.

O atacante deve rolar o maior número de caveiras possível, e o defensor o maior número de escudos.

Como podem ver, as regras são bem simples, tudo pensando na melhor jogabilidade possível.


E como eu faço pra comprar e começar a jogar?

Atualmente, o joga está fora de circulação, não sendo feitas novas cópias. Então, o máximo que vocês vão conseguir achar por aí são jogos de segunda mão, ou cópias piratas.

Porém, se vocês tiverem a oportunidade de acharem uma caixa em bom estado de conservação, se preparem para desembolsar uma boa grana: vocês vão pagar de R$ 350,00 até R$ 1000,00, para as versões européias, que traziam as miniaturas de plástico (a versão brasileira trazia miniaturas de papel cartão...)

Versão brasileira, com miniaturas de papel cartão.
Versão européia. com miniaturas de plástico.

Então, vale a pena jogar?

Sem dúvida alguma, é um dos jogos de tabuleiros mais legais que eu já joguei em toda a minha vida, e olha que isso não é pouco não.

Por todos os fatores que eu mostrei, este jogo foi um verdeiro marco nos jogos de tabuleiro, uma pena que foi descontinuado pela sua produtora.

Galerinha, fico por aqui, e agradeço a companhia até agora, pois falei bastante, e espero que vocês tenham aproveitado!

Até a próxima!